Boa tarde!
Demorou mas saiu, a entrevista da semana aqui do Startups Stars.
Eu já tinha recebido solicitações para entrevistá-lo, então agora trago para vocês, o Marco Gomes, fundador do Boo-Box. Ele é jovem, tem 27 anos, é casado, religioso, atrai muitos seguidores no seu Twitter, anda de bicicleta, é apaixonado por internet, diz que sua profissão é ser empreendedor e isso nunca vai mudar. Sua história é de muita luta e de muita vontade, aproveitou as oportunidades e hoje, trabalha duro na Boo-Box para aprender cada dia mais e crescer sua empresa.
Talita: Por que você acha que os jovens se identificam tanto com você?
Marco: Acredito que seja pela proximidade, porque não tenho máscaras. Não uso meu twitter como divã, mas lá mostro minhas indecisões, minhas dúvidas sobre política, reflexões sobre religião. Mostro que sou uma pessoa comum e é isso que gera uma proximidade grande com os jovens.
Lá também fica claro que não sou tão diferente das outras pessoas, só porque obtive sucesso, o sucesso é muito relativo. Por exemplo, eu trabalho todos os dias, se eu não o fizer não pago minhas contas. Ando diariamente de bicicleta, não sou assim tão diferente das outras pessoas. Felizmente eu tive várias boas oportunidades na vida e todas as que aproveitei me geraram frutos e renderam bastante repercussão na mídia. Tenho uma empatia com a imprensa que é muito legal para mim, consigo sair em revistas, programas de televisão, etc. Talvez a razão para isso seja pelo fato de que eu sou uma pessoa comum, com uma história de vida que inspira as pessoas, etc., mas eu acredito que em breve essas histórias de superação, do menino empreendedor dono de uma empresa de internet irão perder o apelo, pois as coisas estão mudando e em breve isso será comum, deixará de ser interessante.
Quando eu completar 35 anos, pode ser que essa história já não valha mais nada, por isso tento não me deixar acomodado ou deslumbrado, pois se quando eu tiver 35 e a mídia não quiser falar comigo porque não sou mais aquele menino, terei que estar bem resolvido com isso. Essa é uma das razões porque procuro aproveitar as oportunidades que surgem sem fazer disso a razão da minha vida.
Talita: Por que o Brasil precisa de mais Empreendedores?
Marco: Porque os empreendedores podem ser os verdadeiros responsáveis por uma mudança no País, é comum ver o governo destinando bilhões para educação, transporte, setor energético, agro indústria, mas fazem isso de um jeito “torto”, pois colocam a responsabilidade na mão de pessoas que não tem interesse em agir, fazer a diferença ou tem o interesse, mas falta vontade, iniciativa e capacidade.
Se o governo fizesse o contrário e destinasse a metade dessa verba para 500 empreendedores, surgiriam novas soluções para educação, energia, transporte, coisas que ninguém pensou ainda. Com 500 bons empreendedores pode ter certeza que algum deles criaria um negócio incrível. Por isso a importância desses programas de incentivo ao empreendedorismo, porque o empreendedor é a pessoa que cria uma solução favorável para o mercado inteiro, é quem cria o Google, os programas de compartilhamentos de automóveis, o carro elétrico, como a Tesla Motors. Se o Estado não toma essas iniciativas, somos nós que teremos que fazer por conta.
O empreendedor cria valor e todo mundo ganha, ele fica rico, as pessoas ganham com isso, e o mercado muda, quebrando ainda um monte de empresa velha que estavam agarradas ao legado. Estamos vendo isso com o surgimentos de APPs de táxi, em São Paulo as Cooperativas estão fazendo lobby na Câmara Municipal dos Vereadores para impedir que os aplicativos de existirem, pois isso seria o fim delas.
Talita: Quais as oportunidades no mercado para os Empreendedores no Brasil?
Marco: Tem muita coisa, o Mobile acho que até hoje ainda não resolvemos, tem muita oportunidade com o uso da geolocalização, tudo ligado ao celular.
Serviços que ainda não começaram por aqui e que eventualmente irão surgir são os dispositivos eletrônicos. Nos Estados Unidos já existem pulseiras que medem seus movimentos doa dia-a-dia, tem o Square que lê cartão de crédito – aqui no Brasil a PagSeguro e a PagPop estão começando, mas ainda não são cases como o Square. Ainda há espaço para criar, essas novidades são muito divertidas, se eu tivesse tempo gostaria de fazer coisas ligadas a mobile e a dispositivos eletrônicos simples que ajudariam em tarefas diárias.
O empreendedor brasileiro ainda não percebeu como ficou barato desenvolver isso, não custa mais milhões de dólares como antigamente, hoje você consegue com mil dólares construir um protótipo e trabalhar em cima disso, depois conseguir investimento e crescer a partir dali.
Talita: Conselhos para novos empreendedores.
Marco: “É um pouco paradoxal, sei que é, mas esse é o desafio: o empreendedor precisa se preparar muito e ao mesmo tempo agir rápido, esse é o equilíbrio. Quanto mais você se preparar, mais vai demorar para agir e quanto mais demorar para agir, pior serão os resultado e mais oportunidades irá perder. Se prepare muito para o que você quer fazer, estude bastante, se informe, fale com outros empreendedores, mas tem que agir muito rápido, não perca tempo, faça o que tem que ser feito, aproveite todas as oportunidades que a tecnologia nos dá, prova de conceito rápido, prototipagem rápida, tem que ser rápido porque a cada dia o mercado fica mais competitivo.
Talita: Me fala um pouco sobre a boo-box e suas vantagens?
Marco: “Sendo bem realista, a boo-box compete com um dos maiores players do mundo, o Google Adsense e Adwords, para os anunciantes o Adwords e para os blogueiros Adsense. Para competir com o Google, precisamos ser criativos e ser melhores do que eles em algumas coisas.
Para os blogueiros, a boo-box ajuda a monetizar o conteúdo, funciona muito bem em sites de conteúdo de nicho, quando a audiência é genérica, quando não tem um conteúdo específico. O Google funciona melhor quando a audiência é específica. Sabemos disso a partir dos nossos cases, e é por isso que conseguimos ter 430 mil sites usando a boo-box no Brasil, todo conteúdo é brasileiro e audiência daqui. Funcionamos melhor para eles, senão eles mudariam para o Google ou para qualquer outro concorrente.
Para os anunciantes a grande vantagem é que os anúncios são de acordo com o interesse da audiência do site, então ao invés de você anunciar em sites de esporte ou de moda, por exemplo, você anuncia para pessoas interessadas em esporte ou moda, mas que possam estar visualizando um site de notícias.
A boo-box é excelente porque consegue ser mais específica em relação a quem verá o anúncio. Por exemplo, o lançamento de uma startup sobre moda, a primeira ideia é fazer anúncios em sites de moda, mas a mídia online não funciona assim. Quando o anunciante insiste em fazer isso, a publicidade irá impactar meninas da mesma maneira a menina de 12 anos que se interessa por moda, o homem que está lendo sobre moda, seja ele homossexual ou heterossexual, uma senhora de 65 anos, ou seja todo mundo que está abrindo aquele site, quer essas pessoas sejam seu target ou não.
Na boo-box temos uma ferramenta que faz a segmentação comportamental e é possível mostrar seu anúncio de forma realmente segmentada, apenas para quem você quer atingir. Você consegue fazer com que apenas mulheres de 25 a 35 anos que tenham interesse em moda, que residam em São Paulo, das classes A e B e que tenham escolaridade média superior, que é o seu público-alvo, visualizem o seu anúncio. É assim que o marketing funciona e é assim que a boo-box faz.”
Conheça mais sobre história do Marco e sobre a Boo-Box.
Obrigada Marco pelo bate-papo! Fantástico!
Beijos
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