Boa tarde!
Em clima de Campus Party, Startups e Empreendedorismo, uma entrevista muito especial… Convidei ele para participar no ano passado e agora ele vem com tudo aqui no Startups Stars, tirando diversas dúvidas que eu e todos os meus leitores tem sobre a ABStartups.
Guilherme Junqueira é um empreendedor querido, uma das figuras que mais ajudaram as startups do Brasil no ano passado (Segundo pesquisa do Startupi) e é o Diretor Executivo da ABStartups. Ele é daquele tipo de pessoa que realmente se entrega à causa e esta sempre pronto para ajudar as pessoas, parabéns Guilherme, vamos com tudo!
Talita: Me conta um pouco da tua trajetória antes da ABStartups;
Guilherme: “Fiz administração na universidade e por isso sempre estive muito ligando ao empreendedorismo, participando de empresa júnior, centro acadêmico e organização de eventos. Antes de empreender, trabalhei em diversas empresa, entre elas, como mestre de cerimônias na UCDB e trainee da AMBEV.
Minha primeira empresa chamava ClickBairro, que fazia guias comerciais para bairros, e durante dois anos atendemos mais de 250 clientes em 5 cidades do Mato Grosso do Sul, chegamos a ter 12 colaboradores e faturamento anual de 1/2 milhão de reais. Como nem tudo são flores, a falta de gestão, empréstimos desnecessários, contratação de fornecedores ruins e alta inadimplência, nos levaram a falência e tivemos que fechar a empresa. Voltei para o mercado de trabalho como diretor comercial da CIGAM ERP e em seguida para uma empresa de desenvolvimento de aplicativos mobile chamada Jera, na qual sou sócio até hoje. Foi nesta época (2011) que fundei o StartupMS, que ganhou bastante relevância no cenário nacional por ser uma das comunidades de startups mais bem estruturadas e com diversas conquistas importantes, como a criação de uma Incubadora Tecnológica Municipal para incuba-aceleração de startups, publicação de 1 ebook próprio, organização de mais de 20 eventos próprios e mais de 40 startups associadas em 6 municípios do estado. Devido a este trabalho, fui convidado para representar a ABStartups no MS e em 2013 para ser Diretor Executivo.”
Talita: A associação é sem fins lucrativos, mas como ela se paga? As startups precisarão pagar uma mensalidade? Como funciona essa parte?
Guilherme: “Para pagarmos a nossa operação, trabalhamos com a prestação de serviços de curadoria de eventos, venda de
publicidade em nossos canais (Site, StartupBase, Redes Sociais e Newsletter), aluguel da nossa plataforma para competições/chamadas/seleção de startups (Arena), patrocínio aos nossos eventos e desenvolvimento de projetos e convênios especiais com instituições público e privadas. Somente agora, estamos começando a entregar valor para as startups brasileiras e por isso não achamos justo cobrarmos por enquanto. A partir de 2015, pretendemos ter uma taxa anual de associação como contrapartida ao acesso exclusivo a descontos de fornecedores de produtos, serviços, cursos e workshops, networking entre empreendedores, mentoria qualificada e intercâmbio com compradores, investidores e aceleradoras. Atualmente para se associar, é necessário efetuar o cadastro no maior banco de dados de startups do Brasil, chamado StartupBase (www.startupbase.com.br).”
Talita: Como funciona o relacionamento da ABStartups com as comunidades de startups? Toda cidade tem potencial a se cadastrar ou é preciso um número mínimo de startups na região?
Guilherme: “Reestruturamos todo o nosso modelo de relacionamento com as comunidades de startups, gestores regionais e representantes locais. A partir deste ano teremos um Community Manager para cuidar de toda a gestão e comunicação com a nossa capilaridade em todo o Brasil. Queremos ter vozes e ouvidos em todos os lugares onde haja startups, pois somente assim vamos conseguir descobrir as dificuldades dos empreendedores e desenvolver ações que ajudem as startups crescerem e as cidades a evoluírem seus ecossistemas.
Já ajudamos diversas cidades a iniciarem suas atividades, realizar eventos e até mesmo formalizar uma associação, portanto, qualquer cidade tem sim potencial para se cadastrar futuramente em nosso novo site, não sendo necessário um número mínimo de startups na região.”
Talita: Como efetivamente a associação pode ajudar às startups?
Guilherme: “Este ano é o marco zero da ABStartups, e como toda “nova” organização, precisamos entender bem onde estamos pisando primeiro para depois agir. Nosso primeiro passo foi montar um excelente time com dedicação full-time, estruturar a gestão operacional e definir o planejamento estratégico para os próximos 3 anos. Ainda no primeiro semestre, iremos lançar o novo StartupBase, melhorando o design, funcionalidades e filtros, implementando novos módulos com mapas interativos, dealflow para investidores, api’s para imprensa e comunidades de startups, vagas de trabalho, ofertas de prestadores de serviços, entre outras features. Vamos lançar cartilhas e infográficos com temas relevantes sobre o ecossistema de startups, ajudando os empreendedores com dados atualizados e realistas em relação ao desenvolvimento, gestão, investimentos e mercado de trabalho. Além disso, teremos 4 encontros regionais que acontecerão simultaneamente nas cinco regiões do Brasil e nossa conferência anual
em novembro de 2014.”
Talita: Quais os gargalos do ecossistema de startups você consegue enxergar?
Guilherme: “Alguns chamam de bolha, outros de hype, mas na minha opinião a grande quantidade de pessoas querendo, tentando e de fato empreendendo, só tem a contribuir para o ecossistema, reforçando ainda mais a necessidade de profissionalização deste segmento, para ajudar quem tá entrando com educação empreendedora de qualidade, consolidar quem já está empreendendo para crescer cada vez mais e para tirar de cena oportunistas e wannabe a empreendedores que tem medo de se arriscar e só querem empreender se for com dinheiro de investidor. Um outro gargalo latente é o desafio de aprender e implementar uma gestão empresarial eficiente, pois apesar de ter modelos de negócios diferentes dos tradicionais, as startups no fim das contas são empresas que precisam de organização, processos e planejamento para minimizar custos e otimizar resultados financeiros. E para crescer, empresas precisam de pessoas talentosas, algo que está cada vez mais difícil de achar e principalmente de pagar, devido aos altos salários requisitados por bons profissionais. A saída que muitas startups encontram é treinar internamente jovens em potencial, terceirar mão de obra e oferecer vesting para os profissionais mais engajados.”
Sigam o Guilherme no Twitter: @gui_junqueira
Nota
Guilherme, muito importante cada linha dessa entrevista, eu e meus leitores agradecemos muito! Esperamos contar com você e com a ABStartups em 2014, 2015 etc etc! Sucesso!
Beijos
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