Cabe na Mala chega no SEED - MG
Feliz foi o dia em que recebemos a notícia para aprovação no Seed. Assistimos por livestream o representante do Governo de Minas Gerais falar um a um os nomes das startups selecionadas. E lá estava o Cabe na Mala! A comemoração e a despedida dos amigos e família no Rio de Janeiro foi rápida, já que o intervalo entre sabermos da seleção e mudarmos para Belo Horizonte foi de praticamente um mês.
E, assim, meio que caindo de paraquedas, chegamos ao primeiro dia da aceleração. Descobrimos que não fomos as únicas a termos corrido com tudo para estarmos lá. As outras startups e a própria organização do Seed compartilhavam da mesma sensação. Mas não somente essa. No momento em que pisamos no escritório, pudemos ver a paixão que todos que estavam lá tinham em compartilhar, contribuir, crescer e aprender juntos.
Percebemos que apesar de todas as dificuldades, tudo foi preparado com muita dedicação e vimos cada pedaço da história do Seed e da nossa própria história se encaixando. Para o programa acontecer, muitas barreiras foram quebradas. Uma lei teve que ser criada pelo Governo de Minas Gerais para permitir o incentivo aos empreendedores (apelidada carinhosamente de Bolsa Nerd). Também por questões legais ele tinha que começar em dezembro ou não existiria.
As obras no escritório ainda não estavam totalmente prontas, mas quem se importou com isso? Pudemos sentir a energia, vendo
quem trabalha lá prepará-lo com todo o cuidado e os próprios empreendedores contribuindo com ideias de como ele deve ser e muitas vezes se oferecendo para ajudar a construí-lo.
Durante a semana tivemos experiências incríveis. Mais do que entender que o programa nos ensinaria metodologias para encontrar nosso modelo de negócio, clientes e receita, fomos levados a pensar no por que de estarmos lá, no que nos motiva, nossos medos, sonhos e propósito.
Começamos literalmente com o “get out of the building”: um passeio no Inhotim, maior museu a céu aberto do mundo. E o que parecia não ter nada a ver com empreendedorismo fez total sentido. Além de pensarmos quais são nossas metas com o processo de aceleração, o objetivo era descobrir qual o nosso propósito. O que nos motiva de verdade. E não é dinheiro, nem sucesso. Empreendedores que já estão nessa jornada há algum tempo sabem que recompensa financeira não vem fácil ou rápido, e que quem cria um negócio apenas acreditando no estereótipo da mídia dos “super empreendedores” que ficaram famosos e bilionários da noite para o dia desiste na primeira dificuldade.
O que nos motiva de verdade a largar a segurança e estabilidade de um emprego, a não ter hora para dormir, final de semana ou feriados, a estar disposto a ficar longe de família e amigos é a vontade de deixar um legado. Como um artista, é querer que a sua obra se perpetue independente de você. É saber que você mudou o mundo e a sociedade para melhor.
Em outra atividade, pudemos conhecer o ecossistema de inovação de Minas Gerais: universidades, laboratórios, fundos de investimento, startups do San Pedro Valley e a Cidade Administrativa. Então descobrimos porque estão tão preparados para crescer. O governo entendeu que o melhor caminho para mudanças de verdade é aproveitar a força do empreendedor. E juntou uma equipe de apoio sensacional, foi buscar experiências de outras pessoas do ecossistema, de outros programas que estão dando certo, como o Startup Chile, de entidades de fora do país e está disposto a ouvir o que temos a propor. Foi de arrepiar ver tanta gente boa envolvida, com brilho nos olhos para fazer isso acontecer.
Durante a semana, vimos que nossa startup é uma parte bem pequena de tudo o que podemos fazer. Que um empreendedor de verdade não existe para criar um negócio e sim para mudar o mundo. E o Seed mostrou que isso é possível. Nos enche de orgulho fazer parte dessa história que se inicia.
Ana Paula Lessa e Marcela Kashiwagi
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