EMPREENDA SOLUÇÕES: AZEITE A REVOLUÇÃO!
O estado é uma máquina que carece de atualização, semelhante à relação hardware e software. Historicamente as atualizações foram forjadas por revoluções que reposicionaram direitos civis e resguardaram grandes instituições. Hoje percebemos uma crise dos modelo democráticos e pressentimos essa tal revolução pró-atualizações.
Mas onde está a pólvora dessa revolução? Devemos sacrificar soldados, vidas, reputações, direitos fundamentais e transformar tudo em um grande teatro-circo? Ou podemos atualizar a máquina representativa e desenhar diálogos do governo com o cidadão 2.0?
Uma questão triste neste processo é perceber a captura legislativa restrita aos temas de interesse privado, seja dos vigilantistas e censores quanto daqueles que deveriam prestar serviço ao Estado, como as empresas de telecomunicações. Iniciativas populares e digitalmente coerentes como o Marco Civil da Internet (FGV/MJ), que garantiria direitos e dificultaria arbitrariedades
coronelísticas, são comumente engavetadas em conversas à portas fechadas. Pior ainda é quando usam argumentos digitais rasos para legislar contra blogueiros, como o então Senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) e seu AI-5 Digital, ou utilizam ferramentas digitais com eficiência para expor e denegrir ativistas, como Marco Feliciano (PSC/SP) e Jair Bolsonaro (PP/RJ), jamais enquadrados
pelo decoro parlamentar.
Existem iniciativas arrojadas de transparência digital na presidência, ministérios e casas legislativas, como é o caso do e-democracia, que se firmou como um modelo alternativo à ouvidoria da Câmara (um tradicional poço sem fundo administrativo), e ampliou as possibilidades de interação político-eleitor. Apesar de chegar à praia, não contou com fôlego e remos humanos suficientes para administrar usabilidade, engajamento e publicidade adequadamente. Procure algum deputado que promova e interaja regularmente no canal. Será uma busca desanimadora. Não há educação e estímulo para dialogarem.
Essa falta de incentivos também pode ser observada nos canais digitais da presidência, com excelentes concepções, porém ausência do personagem principal, a Presidenta, que só se pronuncia com muita produção televisiva ou em eventos e comícios regados à histeria militante. Desta ausência surgem personagens irreverentes como a Dilma Bolada; da displicência do Poder Público surgem ferramentas digitais como a Panela de Pressão.
Os modelos de governança digital estão na mesa e os acadêmicos, empresários e sociedade civil já se apoderaram de suas respectivas atualizações. Os motivos do engessamento da administração pública ficam cada vez mais claros e indigestos. Será necessária uma revolução com pau e pedra para obrigá-los a clicar no sim? A atualizar paradigmas de transparência e honestidade no poder público?
ATUALIZA, BRASIL!
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Sobre o Guest Blogging
Otto dos Santos é especialista em Comunicação Digital e Jornalismo Político. MBA em Marketing Digital (FGV/RJ), Bacharel
em Comunicação Social (IESB/DF), Bacharelando em Relações Internacionais (UCB/DF). Há 10 anos atua em projetos de comunicação digital no setor público, empresas de telecomunicações e produções executivas.
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